ECOMUSEU – o exemplo do Ecomuseu de Santa Cruz

Para entendermos melhor a proposta do Museu de Caculé que, na realidade, tem uma proposta de ser o Ecomuseu da cidade de Caculé,  transcrevemos abaixo a apresentação do Ecomuseu de Santa Cruz,  cujo espaço de atuação é o 3. maior bairro da cidade do Rio de Janeiro:

ecologo
” Uma breve retrospectiva sobre o conceito de Ecomuseu, seu surgimento na França e ações desenvolvidas em diferentes partes do mundo (Creusot, Seixal, Haute-Beauce, Maison du Fier Monde, ecomuseus da Índia e do Japão), vinculando-os à Mesa Redonda de Santiago do Chile (1972) e aos pioneiros museus comunitários no México, explica o ponto de partida da comunidade de Santa Cruz no seu movimento inovador que criou o ecomuseu comunitário de Santa Cruz, em meio a uma crise de identidade cultural, associada à crise social iniciada entre os anos 60 e 70 ( implantação do Distrito Industrial e transferência de comunidades das favelas do Rio para os provisórios conjuntos habitacionais).
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As relações do Ecomuseu de Santa Cruz com a Comunidade, Território e Patrimônio demonstram, desde as suas origens, o alargamento do conceito de ecomuseu e a ampliação das ações em projetos desenvolvidos com e pela comunidade, tais como campanhas, exposições, ações pedagógicas na educação formal e não formal, envolvendo o patrimônio, promovendo a sua apropriação, difundindo suas finalidades e objetivos.

Trabalhos de artistas locais, maquetes feitas por alunos, gráficos, trabalhos de monografias, dissertações e teses, participações em congressos, seminários, fóruns, citações, e mesmo a constituição de um pequeno museu comunitário, a partir de doações espontâneas (livros, objetos, mapas, maquetes, fotografias, desenhos, entre outros), atestam o aprendizado de valorização do patrimônio por essa comunidade.

As conquistas da comunidade de Santa Cruz, resultantes de anos a fio de lutas, onde o NOPH e o Ecomuseu foram expoentes, dizem bem desse movimento iniciado em 1983, que cresceu muito nos últimos anos, deixando a esfera local e regional, para tornar – se uma referência brasileira no campo das novas museologias.

Com base na experiência santacruzense, é possível afirmar:
ECOMUSEU é uma ação museológica consciente da COMUNIDADE com o objetivo de desenvolver o TERRITÓRIO que habita, a partir da valorização da História Local e do PATRIMÔNIO( natural e cultural) nele existente.

ECOMUSEU NÃO É …
– Museu em um único prédio, mas num TERRITÓRIO;
– Museu de coleção de objetos, mas um conjunto diversificado de bens coletivos: PATRIMÔNIO ;
– Museu a serviço de um público que o visita por entretenimento e lazer, mas a serviço do desenvolvimento de uma POPULAÇÃO ( ou COMUNIDADE ).
A tradicional trilogia do museu ( prédio,coleção, público) cede lugar nesse museu diferente a uma outra: Território, Patrimônio, População/Comunidade.

MUSEU                           >       ECOMUSEU

Prédio                             >       Território
Coleção de objetos      >       Patrimônio
Público / Visitante      >       População ou Comunidade  participativa

 

Fonte: site do Ecomuseu de Santa Cruz – http://www.quarteirao.com.br/oquefaz.html – acessado em 16.2.2016

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